Capitulo 22 - Um pouco do passado sempre volta, querendo ou não.

-Detesto atrapalhar a sua noite querida, mas é que MEU NA-MO-RA-DO, estava louco para vir na festa do amigo dele e quando nós vimos vocês não pudemos deixar passar essa oportunidade de vir e dar-lhes um olá! - dizia Evelin incrivelmente falsa e com um sorriso incrivelmente irrante.
-Eu pessoalmente quis vir dizer que foi uma pena você ter saído do colégio porque você teria se tornado uma subalterna tão boa!!! E também eu...

-Cala-essa-boquinha... Antes que eu perca a paciência e vire um soco na tua fuça! - ameaçei-a interrompendo o que seria um longo discurso de insultos e humilhações com classe e estilo.
-Olha como fala "Ventania"! - disse errando meu nome de propósito - E você Riquezinho, a quanto tempo não nos vemos não é? "Sinto falta do calor do seu corpo e do toque macio das suas mãos" Você se lembra? Bom, pois veja, achei coisa melhor... quem diria não é?
-O nome dela é BRISA! - falou Henrique irado - E eu não sinto falta alguma de você e se um dia eu senti, eu estava fora de mim!!!

Dizendo isso, deu-nos as costas e saiu furioso. Olhei-a com rancor, logo em seguida olhei para Caio que certamente notou minha sutil mensagem em meu olhar do tipo "obrigada por estragar minha noite, minha vida, porque você existe??" e retirei-me indo atrás do Henrique.
-Foi muito bom te ver viu querida!!! Nos veremos novamente!!! - gritou Evelin num tom que eu ainda escutasse da escada.
-Rick, espera! Espera ai!!! - gritei para que me ouvisse, pois ele estava andando como quase correndo em direção ao breo da floresta.

-Brisa agora não... - falou num tom triste, ofegante tentando respirar.
-Por favor, acalme-se! - falei pedindo com carinho - O que houve? Por que ela falou aquelas coisas pra você? Vocês se conhecem?
Ele continuou olhando pro céu, depois uma lágrima lhe desceu a face, ele me olhou com profundo pezar e então começou a desabafar.
-Sim... Nós nos começemos... Para minha infelicidade.

-Mas como? Pode me contar? Se não quiser tudo bem, estarei aqui quando se sentir seguro pra falar.
-Não, esta tudo bem... Há alguns anos, Evelin e eu namoramos, foi um lance muito sério, pelo menos para mim era. Um dia o Diego, meu primo, veio me dizer que ela estava beijando um cara na pracinha da rosa. Eu não acreditei, quase terminei a amizade com ele... Mas algo em mim dizia para eu ir conferir, e quando cheguei la, era verdade... Ela estava no maior amasso com um cara esquisito. Na hora o ódio me subiu a cabeça e fui falar com os dois.

-Nossa... Que coisa terrível eu bem sabia que ela não prestava... - falei prestando atenção na história.
-É... Então eu cheguei todo irado mesmo, gritei com eles, perguntei a ela porque me traía assim, sendo que eu a amava tanto! E sabe o que ela me disse?

"Eu nunca te amei, você foi mais meu fundo de garantia.... Você é um nada, um pobretão mau vivido, cheio de otimismo e achando que tem algum caráter. Se toca garoto, a gente nunca teve nada junto, se isso aconteceu, foi só na sua cabeçinha imatura!!!"

-Aquilo foi demais pra mim, eu não aguentei, não me controlei, acertei-lhe um tapa. - dizia com cara de raiva - Ela caiu no chão e imediatamente o rapaz que estava com ela levantou-se e me socou tanto que desmaiei e fiquei ali caído no meio da praçinha, Caio apareceu e me socorreu.

Arregalei meus olhos - Então ele sabia de tudo isso e ainda teve a capacidade de aparecer com ela?! Eu estou boba... Ele não tem caráter! - falei horrorizada.
Como Caio poderia ter feito isso com o próprio primo? Acho que a culpa era minha, ele quer me prejudicar e acabou causando mais prejuizo do que imaginou que causaria...
-Me desculpa Brisa, por ter saído daquela maneira e nem te chamado. - disse chorando.

-Chiiiiu! - falei abraçando-o - Não há nada para se desculpar, você tinha suas razões para isso, e eu não estou brava com você, venha, levante esse ânimo, vamos pra casa certo?
-Obrigada minha linda, por tudo isso, pelo seu gesto carinhoso, pelas suas palavras acolhedoras, você esta sendo antes de mais nada, minha melhor amiga!
-Obrigada você por me acolher também e estar sempre do meu lado. - sorri.
Ele olhou pra mim, sorriu após a ultima lágrima lhe correr a face, me acariciou a bochecha, nos abraçamos novamente e seguimos abraçados para a casa dele.

Naquela mesma noite, horas depois do ocorrido...

-Papa.... Quem mesmo que o senhor esta caçando?

Continua...